terça-feira, 3 de julho de 2018

Incenso


O incenso está na história da humanidade. Os incensos são usados em rituais e cerimônias desde os primórdios da nossa civilização.

A origem do incenso é tão antiga quanto a história da humanidade. Os antigos, ao fazerem as suas fogueiras perceberam que a fumaça subia ao céu e como acreditavam que os deuses também moravam no céu , pensaram que seria um bom modo de agradar os deuses.

Os incensos servem para aromatizar, energizar e transmutar energias, atuando como purificadores e condutores que combate as vibrações negativas, e proporciona a harmonização e paz no ambiente.

O incenso é de importância vital nos rituais e deve, portanto, ser usado corretamente, é encontrado nas cerimônias e rituais cristãos, pagãos, hindus, budistas e até mesmo para perfumar e limpar energias negativas dos ambientes.

Muitas coisas são empregadas na composição do incenso: gomas, resinas, madeiras e suas cascas, óleos e até drogas alucinógenas.

Para muitos, acender um incenso é um ritual sagrado. Segundo o Padma Purana, texto que faz parte dos Vedas da Índia milenar, o incenso deve ser usado sempre que se desejar preparar o ambiente para meditação, yoga e para obter proteção espiritual.

O incenso foi sempre considerado como algo muito precioso. Era utilizado em todas as cerimônias e funções propiciatórias, porém era, sobretudo queimado diante de imagens divinas nos ritos religiosos de muitos povos e, ao se sublimarem as concepções religiosas, as espirais de incenso, em quase todos os cultos, converteram-se em símbolo da oração do homem que sobe até Deus.

Egípcios

O uso do incenso teve desde a antigüidade um sentido de purificação e proteção. Para os egípcios ele constituía uma forma de manifestação da divindade. No culto dos mortos via-se no uso do incenso um guia para a vida do além.

Os egípcios eram muito experientes na manufatura e uso de incensos e conduziam a composição dos mesmos com verdadeira arte.

No antigo Egito, houve um amplo conhecimento das fragrâncias exóticas e da mistura de gomas e resinas aromáticas.

Os egípcios usavam essas substâncias não só para fazer perfumes e cosméticos, mas também como uma parte importante de cerimônias religiosas.

Há muitos registros autênticos do uso do incenso em diversos períodos do antigo Egito. A queima de incenso estava muito ligada à adoração dos deuses, e grandes quantidades de incenso eram queimadas todos os dias nos templos em todo o território egípcio.

Thutmosis III na frente de Amon-Rá queimando incenso em um santuário dedicado a Hathor – Deir el-Bahari.

Muitas de suas idéias relativas ao incenso eram compartilhadas por outros povos e outras crenças. Os ingredientes eram misturados num ritual secreto, acompanhado pela entoação de textos sagrados. Tinha o misterioso significado da harmonia e da ordem.

Hindus

Pode-se considerar o hinduísmo um dos baluartes do uso do incenso. Os hindus foram ávidos por aromas e na Antigüidade Clássica, já foram famosos por seus perfumes.

Existem relatos de que fora importado da Arábia, mas muitas espécies nativas de materiais aromáticos já eram usadas.

Existem outro relatos de que o incenso foi criado na Índia cerca de 6000 anos a.C.

Os hindus queimavam incenso de modo ritualístico em público ou no ambiente da casa.

No hinduísmo moderno, o uso do incenso está amplamente difundido. Assim no culto em homenagem a Shiva diante da pedra orissa quanto das estátuas de Krishna se queimam cânfora e incenso.

As pessoas imaginavam que a fumaça do incenso criava uma ligação física entre os homens e os deuses.

Judaico

No judaísmo o incenso era símbolo da adoração e do sacrifício. O odor do incenso devia servir também para aplacar a ira de Javé. De modo geral, o incenso constitui um símbolo de adoração e de veneração a Deus.

O sacrifício do incenso e a adoração identificam, sendo ambos um sacrifício a Deus.

Existem numerosas referências contidas no Antigo Testamento a respeito do incenso, fazem supor que também entre os hebreus daquela época o uso do incenso era tradicional.

De fato, na Versão Autorizada, usa-se frequentemente a palavra para se referir à queima de oferendas e os antigos hebreus podiam ter encarado o uso do incenso, bastante popular entre os babilônios, como simples pompa de idolatria.

Sumo Sacerdote oferecendo incenso no Santíssimo YOM KIPUR (Dia do Perdão)

Também foi assim encarado pela antiga igreja cristã, que associava ao paganismo.

Hoje os cientistas são unânimes em dizer que era apenas em torno do século VII antes de Cristo que os judeus incorporaram o incenso em seus rituais. Contudo, uma vez adotado, tornou-se cada vez mais importante nos atos de adoração.

Inicialmente, o incenso constava poucos ingredientes - óleo de mirra, gálbano e olíbano puro. Seu preparo era reservado aos sacerdotes e acontecia de uma maneira sublime e secreta.

Grego

Antes do século VIII a.C. o incenso como tal, não era empregado pelos gregos, talvez tenha sido introduzido através do culto de Afrodite e que é certo que tradicionalmente, tenha sido trazido da Fenícia, através de Chipre, onde foi empregado em tal culto.

Posteriormente, os gregos importaram o incenso da Arábia, como um produto comercial. À semelhança do costume de outros povos, os gregos também queimavam incenso quando faziam imolações, tanto como oferenda independentemente aos deuses quanto como um meio para neutralizar e purificar o cheiro ruim das imolações.

A oferenda de incenso era feita em combinações com frutas, pão, trigo e outros alimentos, ou era oferecida isoladamente em cultos para os deuses ou em rituais domésticos. O incenso também era dado como presente a outras pessoas.

Às vezes, o incenso era jogado sobre o altar de oferendas de modo que seus aromas pudessem se misturar com a fumaça do sacrifício ou as vezes de uma imolação. Queimava-se também incenso fora dos templos.

Orpheus

Os gregos conheciam os incensários que podiam ser segurados na mão. Através de hinos antigos da Grécia, sabemos ainda que no culto de Orfeu eram usados muitos tipos de incenso.

Parece que o incenso, no sentido de gomas e resinas como as conhecemos, só foi usado pelos gregos após o período homérico.

Como os outros povos, os gregos achavam que um aroma agradável e doce dava prazer aos deuses.

Budismo

Como aconteceu com muitas religiões em seu estágio inicial, o uso do incenso era desconhecido no antigo budismo. Contudo, com o passar do tempo, O budismo também sucumbiu a ele, especialmente o budismo setentrional, onde seu uso se tornou generalizado.

No Ceilão, perfumes e flores são colocados diante da imagem de Buda, embora ocorra do Tibet, seu maior emprego, uma vez que é utilizado nas cerimônias de iniciação de monges e constitui parte dos rituais diários dos mosteiros.

No budismo tibetano, o incenso é o símbolo da generosidade e do desprendimento. É um dos elementos que representam os prazeres sensoriais – no caso, o olfato.

O incenso tem sido usado tradicionalmente pra criar uma atmosfera de pureza e fragrância em frente ao oratório Budista. O oferecimento de fragrância na presença do Buda é freqüentemente mencionada em muitas escrituras Budistas, inclusive no Sutra de Lótus.

O motivo pelo qual é utilizado o incenso no budismo em suas orações, é para simbolizar uma promessa à Buda de que o caminho para a iluminação não será interrompido.

Assim como a fumaça do incenso não é interrompida, os budistas também não deverão interromper suas práticas búdicas.

Romano

Na religião romana, uma das partes mais importantes do libamina (oferenda sem sangue) era o tus, que significa tanto incenso como olíbano. Nenhum ritual poderia ser considerado completo sem ele.

O incenso também era oferecido isoladamente, privada ou publicamente, e era oferecido aos lares familiares, ou deuses domésticos.

Nos altares maiores, era queimado sobre braseiros ou sobre pequenos altares portáteis (foci turibulum).

O incenso era transportado e armazenado numa caixinha chamada acerrra, que se enterrava nos túmulos junto com os mortos.

Nos casos de imolações queimava-se uma mistura de incenso, açafrão e louro.

Na época das grandes perseguições dos cristãos pelo imperador Décio, cerca de 250 depois de Cristo, a queima de incenso, era o que o cristão podia provar sua lealdade diante do Estado, e portanto, diante da religião do Estado.

Era costume também queimar incenso diante de "retratos ou esculturas" do imperador ou até mesmo diante de sua presença.

Cristianismo

Nos ritos da Igreja Cristã, o incenso foi introduzido de forma paulatina. Os cultos da igreja primitiva tinham um caráter simples e, com exceção de finalidades de simples purificação, o incenso era evitado, pois era visto como elemento de origem judaica ou pagã.

O fato de que o uso do incenso remetia aos judeus e/ou ao paganismo podem de fato, ter causado a resistência ao incenso dos primeiros cristãos. Não obstante, o incenso era efetivamente usado naquela época para fins de purificação.

O uso do incenso parece evidente para fins cerimoniais não era mais novidade entre os anos de 385 e 388, mas, ao contrário, já havia se tornado tradição.

É praticamente certo que o uso do incenso pelos cristãos remete ao estabelecimento oficial da Igreja de Constantino.

Como ocorreu com muitas outras coisas, o fato de ser seu uso judaico parece ter levado os primeiros cristãos a negligenciá-lo, pois suas associações com o paganismo e a prática comum de renunciar a fé, oferecendo alguns grãos de incenso aos deuses ou sobre o altar do imperador, provavelmente constituiu forte intimidação.

Depois do século V, o uso do incenso foi pouco a pouco se estendendo cada vez mais na Igreja. Desse modo, no século XIV, o incenso já era uma parte indispensável dentro da Missa e de outros cultos religiosos, como as vésperas, a consagração de igrejas e as procissões e funerais.

Islamismo

Na própria religião islâmica, não há alusão ao incenso, mas é comum oferecê-lo nos altares dos santos e seu uso é permitido, por tradição como perfume para uma pessoa falecida.

Na Índia, provavelmente devido à influência do hinduísmo, os mulçumanos utilizam-no em seus rituais (circuncisão, casamento e funerais), pois supõem que tenha o poder de manter afastados os maus espíritos

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